A relativização da concepção de arte pós Duchamp aliada à relativização dos espaços real-virtual com a chegada da internet, nos traz esta nova possibilidade de escolha e questiona o lugar da arte. Tenho pensado no movimento de curadoria na web com a possibilidade que temos que criar nosso mundo paralelo de favoritos, seja em links colocados em sites pessoais seja em portais específicos de escolha e armazenamento de sites como o delicious ou o stumble criando a possibilidade de o internauta dividir com a rede suas escolhas pessoais e sua memória virtual. No momento em que o conceito de arte é questionável e cresce o individualismo, o artista escolhe o que é arte para ele. Artista ou curador? Porque não as duas coisas, unindo o olhar artístico do fotógrafo/pintor/etc à vontade de mostrar ao mundo o que é escolhido para designar como arte. Pensando neste tema me deparei com um concurso de arte do Instituto Sergio Motta com o nome de httptags que premiava curadores que fizessem a melhor seleção de sites na web usando a ferramenta delicious. Uma das seleções, a seleção de Edison Roberto Forlenza Pescinelli Morais para ser mais exata, transforma-se quase em um trabalho artístico sobre o tempo, uma pesquisa sobre as possibilidades de pensar o tempo através da internet.
Outro site que achei quase uma variação sobre o mesmo tema é o Nasty Nets, um site que se designa como um grupo de artistas (entre estes nomes de peso da net art como Olia Lialina, uma das precursoras na Rússia) surfando na internet. Seu formato é de blog e nele os artistas postam conteúdos de vários tipos que acham durante suas derivas na internet.
No Brasil, temos o site 7+ que possui uma listagem de links interessantes indicados por convidados e o site Brazilian Digital Art and Poetry on the Web de Jorge Luiz Antonio, que faz um apanhado de sites brasileiros abordando a questão da poesia na internet.
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